sábado, 7 de junho de 2003

Doce Verdade

"O que é....?"
Juro que foi o que pensei quando abri a porta do quarto e tinha alguém lá olhando pro quintal pela janela. Fiquei um tempo lá, parada, sem falar, praticamente sem respirar. Afinal, imagina, encontrar alguém ali, de preto, um cara, de cabelos escuros, encaracolados...
Eu não precisei dizer nada, ele simplesmente se virou, como se soubesse que eu estava lá, mas me deixara observá-lo por um tempo antes de me mostrar seu rosto. A principio eu só pude ficar imovel, ele era lindo. Mas assim, lindo de prender a respiração, lindo de se perder e nunca mais se encontrar... "Meu Deus..."
Mas ele não tinha um olhar comum, ele me atraia, me deixava sem reação. E antes que eu pudesse perceber, já estava andando, na direção dele. Passos timidos, mas já estava no meio do caminho.
Acho que alguma coisa me acordou nesse momento. Eu tentei pensar numa explicação lógica praquilo, mas... Acho que algo em mim não queria explicações lógicas, algo em mim estava cansado dessa vida monotona cheia de regras. Ele me estendeu a mão.
Eu sorri. Ele era encantador e mergulhou dentro de mim. Era como um perfume no ar, talvez uma musica pulsando na minha cabeça. Indescritivel. Seus olhos olharam pros meu e me hipnotizaram. Não tinha mais condições de resistir, eu não QUERIA resistir.
Vi nitidamente seus olhos mudarem de cor enquanto caminhava os ultimos passos que nos distanciavam. E quando pousou as mãos na minha cintura, sorriu e pude ver seus longos e brancos caninos em direção ao meu pescoço. Tudo virou uma vertigem e ele me empurrou janela abaixo. Voamos.

(Para a Natália. O melhor que a Jeane aqui pode fazer em meia hora. Hope you like.)

sexta-feira, 6 de junho de 2003

Poema Sujo

Vão à merda com as palavras bonitas
Rebuscadas e hipocritas.
Que todos os intelectuais falsos
Tomem no cu.
E que o dinheiro esporre
Na cara dos gananciosos.
Foda-se o bom comportamento
Doentil e invejoso.
Toda essa rebeldia modista
É uma bosta.
Abaixo essa mídia alienada
que trepa com porcos
E aquele filho da puta
Que fez meu povo ignorante
Enquanto mauricinhos e patricinhas
Batem punhetas ou siriricas.
Enquanto ricassos pervertidos
Estão cagando pras carencias humanas.
Chega das promessas mentirosas
Que fizeram enquanto chupavam seus paus mutuamente.
Boa educação o caralho
Se meu povo não tiver cultura e consciência.

(Bem...Eu ainda sou uma mocinha educada....hehe)
Canalha

Ele dia que me ama.
Mas sei que ama outras 7.

Ele diz que me quer.
Eu e mais quantas?

Mas, por hoje,
não vou me comportar.

Hoje, ele é meu,
Só meu.

Ele diz que me ama.
Só eu? Quem se importa?

Ele diz que me quer.
Diz pra outras... Mas eu não ouço!

Mas, por hoje, também sou canalha
E vou usá-lo inescrupulosamente.

E digo que o amo.
Mas direi pra outros.

E digo que o quero.
Não só ele.

Mas, por hoje,
Ele não vai perceber.

Hoje, eu sou dele,
Mas não somente.


(hahaha, promiscuidade na veia....hehe, brincadeira)

quinta-feira, 5 de junho de 2003

Na praia, chinelinhos

No dia quente e ensolarado,
O mar ver contrastando com a areia clara,
Muitos guarda-sóis coloridos pela orla.
Num deles, mamãe, papai, filhinhos.

Os pequeninos fazem castelinho
E correm sob os cuidados do papai
Que divide seus olhares atenciosos
com a mamãe.

Um brisa passa, leve, arrepiando a pele da mamãe.
Papai a olha com carinho, despreza todos os corpos
Em forma das mocinhas loiras de biquinis,
E a abraça, esquece do mundo, só ouve o barulho das
[ondas.

Mamãe, com sua mãozinha gorducha,
Lambuza os filhinhos com protetor solar,
Levanta-se da cadeira e ruma para a agua
Com seus pintinhos alegres em volta dela.

Ah, que festa! E eles pulam, sorriem,
Jogam água para todos os lados.
Não, não, não pode ir mais fundo;
No máximo no joelho, querido.

Mamãe volta, com uma mecha grudada no rosto,
E senta-se ao lado de papai na esteira.
Ele sorri, ela o molhara. Ela, então, o abraça,
Resfriando seu corpo, e o beija na boca.

Mas seus pés sentem-se molhados.
Oh! Uma onda forte chegara até eles!
Corre, corre, pega o que puder!
Precisam de um lugar mais pra trás.

Os filhinhos correm
Para pegar o que a onda levou.
E lá se vão! Os pares de chinelinhos,
Flutuantes, perdidos, recuperáveis.

(acho que um dos meus poucos poemas felizinhos....)