quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre romantismo


Eu estava tendo um dia muito feliz até o momento em que me dispus a ler um livro romanticuzinho-piegas. A história era a de sempre: a mocinha traumatizada por um homem mau do passado tem medo de se entregar a um cara que a venera e a ama incondicionalmente; ele insiste até que ela finalmente perceba o que está perdendo e vivem felizes para sempre. Então eu fiquei deprimida, estragou de verdade o meu dia. E me perguntei o porquê. E a resposta é mais ou menos essa:

Demorei, demorei pra admitir pra mim mesma que sou sim uma romântica.
Quando tinha uns 15 anos, um amigo disse que se eu não encontrasse meu grande amor até os 19, nunca encontraria. E, apesar de ter achado besteira, concordava um pouco com ele.
Tempos passaram e me vi em relacionamentos que abominavam o romantismo. E eu realmente abominava. Detestava melodrama, apelidinhos, foram poucos os eu-te-amos e eu não sentia falta, era assim porque eu queria. Eu era um pouco mais velha que uma considerada adolescente, mas sempre fui 'do contra'. Nunca acreditei no amor. Quer dizer... Eu acredito que pessoas possam se amar, mas acho que esse sentimento é uma troca de conveniências, as pessoas fazem coisas exatamente pra que as outras as amem e essas respondem da mesma forma. E quando essa 'farsa' acaba, o amor também. Sim, sou pessimista.
Mais alguns anos vieram, mais pessoas cruzaram o meu caminho...
E parei pra pensar na cronologia da minha vida amorosa e percebi que depois dos 19, ninguém realmente me encantou: os amores platônicos que me acometeram nos últimos 3 anos foram de pessoas que conheci antes disso ou mesmo de lembranças de como elas costumavam ser quando éramos mais novos.
Então me dei conta de que não gosto dessas comédias românticas porque, pra mim, elas são extremamente inverossímeis. Não gosto de ler livrinhos de amor porque eles nunca acontecem na vida real e me deixa muito triste querer, sim, que um homem faça comigo o que os gentlemen apaixonados fazem por suas frágeis mocinhas.
No fundo, eu sou uma romântica pessimista. Não acreditando que nada disso seja possível mas querendo (desde sempre) que me provem que estou errada.